Barata Americana

As baratas são os insetos mais comuns ao convívio humano, no entanto, das cerca de 4.000 espécies existentes, a sua maioria é silvestre. Apenas menos de 1% busca o convívio com o homem, devido às condições propícias relacionadas à disponibilidade de alimento, abrigo e água. Estas espécies são chamadas de baratas domésticas.

Assim, baratas domésticas são aquelas que vivem dentro de residências (domicílios ou outras estruturas construídas pelo homem), no peridomicílio (ao redor de estruturas) e seus anexos, tais como caixa de gordura, esgoto, bueiros e outros locais úmidos e escuros.

A presença de baratas em nossos lares causa, sem dúvida, mais distúrbios para seus moradores (aflição, angústia, stress) do que qualquer outro inseto próximo ao homem. Parte desse incômodo se deve ao fato das pessoas não gostarem de nenhum tipo de inseto. Além do mais, existe uma crença de que a presença de baratas demonstra que o local não possui higiene e conservação adequadas.

No entanto, as baratas vivem em qualquer ambiente independente do grupo étnico ou classe social. Embora muitas residências estejam muito bem conservadas, isto não impede que as mesmas venham a sofrer uma infestação a qual será limitada pela falta de alimento e abrigo para estes insetos, taxados como os mais repugnantes dentre os que convivem com o homem.

As baratas são cosmopolitas, encontrando-se nos mais diversos ambientes ao redor do mundo (menos nas calotas polares). A maior parte das espécies é de origem tropical ou subtropical, havendo referências de serem procedentes do continente africano.

Os estudos de fósseis de baratas demonstram que estes animais mudaram muito pouco nos aproximadamente 300 a 400 milhões de anos que existem na face da terra. Por isso, a barata é considerada uma das espécies de maior capacidade de adaptação e resistência do reino animal, podendo adaptar-se às mais variadas condições do meio ambiente.

Baratas são insetos de pequena importância médica, quando comparados a outros insetos transmissores de doenças, tais como a dengue, malária, etc. Não há evidência de que as baratas causem doenças ou zoonoses por transmissão direta (não são vetores).

Popularmente, as baratas são consideradas veiculadoras de doenças causadas por disseminação mecânica de patógenos diversos tais como esporos de fungos, bactérias, vírus, etc., nas pernas e corpo, adquiridas quando percorrem esgotos e lixeiras ou outros lugares contaminados.

Assim, por exemplo, é que certas bactérias podem causar gastroenterites e surtos diarréicos, quando do contato destes animais (sua saliva ou excrementos) com alimentos ou utensílios de uso humano, como copos, talheres, bandejas, panelas, etc.

Além disso, podem conter patógenos dentro de seu corpo (como protozoários) que podem, eventualmente, causar doença. São assim, por exemplo, hospedeiros intermediários de vários helmintos que infestam mamíferos e aves. Galinhas, patos, marrecos e outras aves se alimentam de baratas, podendo infestar-se destes parasitos enquanto as devoram.

Os excrementos e pele resultantes de suas mudas podem provocar reações alérgicas tais como o lacrimejamento, erupções cutâneas e coriza, em pessoas mais sensíveis.

Os patógenos mais comuns associados às baratas incluem bacterias dos gêneros Salmonella (veneno alimentar), Staphylococcus, Streptococcus, Coliform, Bacillus e Clostridium, a bactéria Escherichia coli (diarréia) e Shigella dysenteriae (desinteria), protozoários causadores de toxoplasmose e antígeno de hepatite B.

Fonte: Pragas Online


BARATA-DE-ESGOTO - (Periplaneta americana)

A Periplaneta americana também denominada de barata grande, barata voadora, barata-de-esgoto, é uma das espécies domésticas mais comuns no Brasil.

Ela pode ser classificada conforme a seguir:

  • Reino: Animaila
  • Filo: Arthropoda
  • Classe: Insecta
  • Ordem: Blattodea
  • Família: Blattidae
  • Gênero: Periplaneta
  • Espécie: Periplaneta americana (Linnaeus)
  • As baratas americanas podem viver em grandes grupos sobre paredes nuas, desde que não haja perigo ou distúrbios constantes, como predadores naturais ou outros riscos (limpeza, etc.). No entanto, normalmente apresentam um comportamento mais tímido, vivendo em ambientes mais reclusos e maiores, uma vez que se tratam de insetos grandes, que não podem se esconder em qualquer lugar.

    Normalmente, a barata americana deposita a ooteca em um lugar seguro (abrigo) próximo de uma fonte de alimento e numa inspeção, lugares como rodapés, rachaduras, cantos e frestas, ralos, caixas de gordura, etc, devem ser inspecionados para avaliar o grau de infestação desta praga.

    Os locais preferidos para os adultos se estabelecerem são os esgotos, as canaletas de cabos, as caixas de inspeção, as galerias de águas pluviais, as tubulações elétricas. Aparecem também em áreas pouco freqüentadas por pessoas como os arquivos e depósitos em geral, principalmente onde haja abundância de papelão corrugado, seu esconderijo preferido.

    BIOLOGIA

    Baratas são insetos de corpo ovalar e deprimido. Seu tamanho pode variar de alguns milímetros a quase 10 centímetros, tendo em geral coloração parda, marrom ou negra. Existem, no entanto, espécies coloridas.

    O formato e o tamanho variam dependendo da espécie, sendo que, genericamente podemos dizer que:

  • Machos são menores que as fêmeas.
  • Quando diferem pelas asas, os machos tem asas mais desenvolvidas que a fêmea.
  • Algumas espécies - machos alados e fêmeas ápteras.
  • A cabeça é curta, subtriangular, apresentando olhos compostos grandes e geralmente dois ocelos (olhos simples).
  • As antenas encontram-se inseridas entre os olhos compostos, apresentando formato filiforme e podendo atingir o dobro do comprimento do corpo. Elas desempenham um papel fundamental na sobrevivência da barata servindo não apenas como elemento de direção, mas também podendo captar vibrações no ar ou ainda cheirar alimentos ou feromônios.
  • O aparelho bucal é mastigador, possibilitando roerem papéis, roupas sujas de alimento (cola, doces, etc.), pelos, pintura, mel, pão, carne, batatas, gorduras, lombadas dos livros e os seus dourados. Algumas se alimentam de madeira (celulose), sendo tal alimento digerido por microrganismos como sucede entre os cupins.
  • O tórax apresenta o seu primeiro segmento bem desenvolvido, com o pronoto largo, achatado, cobrindo a cabeça.
  • As pernas são ambulatórias, tornando as baratas andarilhas excepcionais. Apresentam coxa grande, fêmures e tíbias com espinhos e, em geral, têm tarsos pentâmeros.
  • Quando presentes, apresentam dois pares de asas, sendo o primeiro par tipicamente coriáceo (tégmina) e o segundo membranoso.
  • O abdome é séssil, alargado e deprimido, apresentando em geral 10 segmentos. Apresenta um par de cercos no último urômero, acrescido de um par de estilos nos machos.
  • A postura dos ovos é feita dentro de uma cripta genital em uma capsula denominada ooteca.

  • COMPORTAMENTO


    Baratas são animais de hábitos noturnos, sendo mais ativas à noite, quando saem do abrigo para alimentação, cópula, oviposição, dispersão, vôo.

    O hábito noturno das baratas pode ser explicado através do mecanismo de seleção natural. Durante sua evolução as baratas que se mantinham ativas à noite sobreviviam, ao contrário daquelas que tinham hábitos diurnos. Estes insetos passaram assim a predominar no ambiente, transmitindo a seus descendentes este comportamento chamado de fototropismo negativo, significando que elas procuram sempre a escuridão ao invés da luz.

    Durante o dia ficam abrigadas da luz e da presença de pessoas, algumas condições especiais contribuem para o seu aparecimento diurno, tais como:

  • Excesso de população.
  • Falta de alimento ou água (stress).
  • Embora não sejam animais sociais, como as abelhas, cupins e formigas, as baratas são gregárias, sendo comum ocorrerem em grupos.


    REPRODUÇÃO

    As baratas são insetos hemimetábolos, ou seja, apresentam metamorfose gradual ou parcial (simples) em três estágios: ovo, ninfa e adulto.

    Fêmea produz uma capsula protetora dos ovos (ooteca), em forma de bolsa fechada, a qual contém duas fileiras de ovos justapostas e separadas por uma membrana. O número de ovos varia com a espécie podendo variar de 4 a 50 ovos.

    A ooteca é colocada, pela maioria das espécies, em um lugar seguro, próximo à uma fonte de alimentos, cerca de dois dias após sua formação.

    As próprias ninfas rompem a ooteca.

    As formas jovens (ninfas) se parecem-se com as adultas, menos por:

  • Apresentarem coloração clara, praticamente branca, escurecendo em algumas horas por causa da oxidação dos componentes da pele.
  • Não tem asas.
  • Sofrem mudas (ecdise) para crescer, ou seja, perdem o esqueleto externo ou casca.
  • Última muda = barata adulta, com asas totalmente formadas e sexualmente madura.

  • Nota: Após a muda, durante um período de aproximadamente 24 horas, as ninfas permanecem com uma aparência esbranquiçada até que o novo esqueleto adquira o enrijecimento original. Durante esta fase, as baratas estão sujeitas ao ataque da própria espécie e ao canibalismo.

    O ciclo de desenvolvimento da barata, do ovo à fase adulta, depende de fatores como:

  • Espécie.
  • Condições de temperatura e umidade (alta temperatura e alta umidade favorecem um menor tempo de desenvolvimento).
  • Quantidade de alimento e teor de proteína disponível.
  • Outras condições ambientais.
  • Este ciclo é de aproximadamente 2 anos para a Barata-de-Esgoto.

  • As espécies de baratas mais comuns em domicílios são:

  • Periplaneta americana (Linnaeus) - Barata-de-Esgoto
  • Periplaneta australasiae (Fabricius)
  • Blatta orientalis (Linnaeus)
  • Blatella germanica (Linnaeus) - Barata alemã
  • Supella longipalpa (Fabricius) - Barata de listras marrons

  • Alguns autores consideram as quatro primeiras apenas como baratas domésticas. As mais comuns no Brasil são a Barata alemã Blatella germanica e a Barata-de-Esgoto Periplaneta americana.

    Fonte: Pragas Online


    Recomendações de Saneamento

  • Devemos verificar os locais onde há acúmulo de lixos recolhendo-os ou fechando-os hermeticamente, devendo manter a casa sempre limpa e o terreno em volta sempre capinado. Lavar periodicamente a lixeira (semanalmente).
  • Devemos conservar os alimentos longe do alcance das baratas (impedir o acesso ao alimento). Doces, pães, biscoitos devem ser guardados em vasilhas bem fechadas ou na geladeira.
  • Limpar periodicamente (quinzenalmente) as caixas de gordura e esgoto. Mantê-las sempre bem fechada.
  • Devemos eliminar os esconderijos rebocando-se frestas e outras fendas.

  • Alguns conselhos:

  • Eliminação de mesas e armários de madeira das áreas de alimentação;
  • Vedação de todas as frestas com silicone para evitar o alojamento;
  • Revisão de mercadorias que chegam e o descarte total de todas as embalagens de papelão.
  • Vedação de todas as frestas com silicone para evitar o alojamento;
  • Revisão de mercadorias que chegam e o descarte total de todas as embalagens de papelão.

  • Devemos eliminar / inspecionar os canais de entrada dos insetos de modo a impedir sua entrada, tais como:

  • Conduítes elétricos: Manter bem justas as tampas, trocando os espelhos de tomadas ou interruptores quebrados;
  • Usar vedação de borracha em todas as portas que dão para o exterior.;
  • Canalizações de águas pluviais: Os ralos da cozinha, área de serviço e banheiros devem ser limpos periodicamente (semanalmente) e tratados com desinfetante (creolina).
  • Vizinhança com áreas muito infestadas;
  • Caixas de papelão ou de madeira usadas para o transporte de alimentos (insetos adultos ou seus ovos são disseminados desta maneira);
  • Vestiários devem ser inspecionados também, já que sempre são examinadas as roupas e bugigangas que entram e saem do armários (inclusive alimentos tais como bolachas, sanduíches, marmitas, etc.).

  • INSPEÇÃO:

    Uma outra maneira de evitar o aparecimento de baratas é adotar uma inspeção periódica do ambiente, a ser efetuada seguindo-se as recomendações a seguir:

  • Procurar os possíveis habitats das baratas, perto das fontes de calor e abrigos como motores de geladeira, freezer, fogões, fornos, coifas, estufas e outros maquinários, locais com pouca ou nenhuma luminosidade.
  • Examinar armários, gabinetes, guarnições de portas, prateleiras, quadros de energia elétrica, forros, sob pias e bancadas, depósitos, ralos, caixas de inspeção em cozinhas, rede de tubulações, lixeiras, nos pés e sob os balcões e mesas.
  • Verificar as borrachas de portas de freezers e geladeiras, gabinetes e armários cuja fórmicas estejam soltas ou o compensado esteja muito umido e dilatado.
  • A utilização de armadilhas de captura (cola) pode ser utilizada para indicar o nível de infestação no local.

  • Fonte: Pragas Online